12 julho 2017

SÃO PAULO, TERRA DA GAROA, UM LUGAR ESPECIAL


Avenida Paulista

Visitar São Paulo é, para mim, sempre motivo de alegria pois é certeza de lá chegar e ter novidades, seja na avenida Paulista ou em outra parte dessa intensa capital.
Adoro percorrer essa imensa avenida, rever seus arranha-céus, visitar a Livraria Cultura, passar na Casa das Rosas, ver o Hospital Santa Catarina com sua linda capela, passar pelo MASP com suas pilastras vermelhas e o enorme vão livre. São ícones da cidade que me certificam de que cheguei em São Paulo e parece que estou revendo velhos conhecidos.

# Dessa vez, a grande novidade foi conhecer a Japan House, o centro cultural, construído por iniciativa do governo japonês, que deseja mostrar o Japão em toda a sua grandeza desde sua cultura milenar até a parte mais inovadora e tecnológica.
Mesmo antes da inauguração, sua fachada já despertava a curiosidade de quem passava pela avenida Paulista. Tiras de uma madeira especial - hinoki - encaixadas assimetricamente e um paredão em estilo cobogó criaram uma fachada que desperta curiosidade. O projeto do arquiteto japonês Kengo Kuma é delicado e discreto.

Japan House

A Japan House é o primeiro centro cultural totalmente dedicado à cultura japonesa e vai oferecer muitas atividades ao longo do ano: cursos, shows, experiências gastronômicas...

# Primeira Exposição da Japan House

A primeira exposição "Bambu, Histórias de um Japão"começou em 6/5, dia da inauguração da Japan House, e foi até 9 de julho . A proposta da Japan House é ter entre seis e oito exposições anuais.

# Espaço

Em um prédio de três andares, estão distribuídos espaços de exposição, salas para workshop/reunião, cafeteria, duas lojas, biblioteca, espaço de leitura, restaurante e jardim.

Japan House em São Paulo
Jardim no térreo próximo à biblioteca. 

A primeira mostra chamou-se "Bambu, Histórias de um Japão" e contou com três artistas japoneses, que vieram especialmente para montar suas obras na Japan House: Akio Hizume, Chikuunsai IV Tanabe e Shigeo Kawashima.

# Artistas

Chikuunsai IV Tanabe foi o responsável pela instalação Conexão, obra que ocupou o salão principal do 3º andar. Cinco mil finas tiras de "bambu tigre", preparadas à mão, conectavam o chão ao teto sem cola ou estrutura complementar.

Japan House São Paulo

Como ele conseguiu fazer isso?
Bem, todos perguntavam a mesma coisa. Foi graças a um tipo de ponto/trançado, denominado "favo de mel", usado no Japão há mais de 8 mil anos. Tanabe utilizou as mesmas tiras de bambu em diferentes instalações, essa, Conexão, foi a sétima obra usando esse mesmo material.

Ainda nesse mesmo andar, uma outra interessante instalação chamada "Ponte em Circulo", feita em bambu cana-da-índia de autoria de Shigeo Kawashima. Segundo o artista, a obra mostra o desejo de criar "um anel brilhante e viçoso" que simbolizaria o relacionamento entre Brasil e Japão.

Japan House São Paulo

                               Obras, em exposição no segundo andar, ilustravam a arte em bambu.

Japan House

                              Logo à entrada, fomos recepcionados pela obra  Mu-Magari 600.

Japan House São Paulo

Akio Hizume foi o artista responsável pela escultura Mu-Magari, elaborada com 600 estacas de bambu cana-da-índia e dispensou juntas ou apoio no solo para manter-se estável.  

Em todos os andares, ao invés de paredes, a separação entre os espaços foi criada por uma espécie de tela feita de um papel artesanal, o washi, que conferiu muita leveza aos ambientes. O autor desse projeto foi o artesão Yasuo Kobayashi, especialista em processos artesanais do papel, estudioso das técnicas de produção do washi e fundador da Associação Cooperativa  do Papel Washi de Kadoide, no Japão.                    
Japan House
Peças de Kazuo Hiroshima.
No térreo estavam expostas algumas peças do mestre do artesanato rural em bambu, Kazuo Hiroshima.
Esse mestre tem uma linda história de vida: como não pode trabalhar na terra por ter uma deficiência em uma das pernas, passou a se dedicar ao artesanato. Ele percorria as localidades próximas, via as necessidades do dia a dia e produzia as peças em bambu para cada casa.  Ao longo de sua vida formou vários discípulos que dão continuidade ao seu trabalho.

Ainda no térreo, podemos encontrar à venda, na loja Madoh, artigos em madeira, bambu e cerâmica.

No segundo andar, a lojinha chamada Furoshiki vende "furoshiki" que é "um tipo de lenço/tecido de embalagem" de estampas e coloridos bem variados que, através de diferentes tipos de amarração, pode se transformar em bolsas e embalagens.

No terceiro andar, o restaurante Junji Sakamoto serve pratos típicos da culinária japonesa.

Bem, a exposição "Bambu, Histórias de um Japão" encerrou-se no dia 9/7 mas, a Japan House, em breve, terá outras exposições que virão para fortalecer cada vez mais os laços entre a cultura japonesa e brasileira.
Achei muito respeitosa a forma como os artesãos são vistos na cultura japonesa, eles são considerados mestres !
A visita à Japan House é uma aula de respeito às gerações mais velhas, a sabedoria que elas construíram ao longo dos tempos, a preservação de tradições, respeito aos elementos da natureza e cuidado com o equilíbrio ecológico.

Essa é a primeira Japan House do mundo e outras unidades serão inauguradas em Londres e Los Angeles, ainda em 2017.
  1. Adorei essa postagem. Um show de imagem. Linda exposição. São Paulo tem muita coisa bacana para a gente conhecer e apreciar!
    Parabéns!

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  2. Respostas
    1. Que pena, Flora! Vamos ver qual´será a próxima exposição da Japan House. beijocas

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  3. Respostas
    1. eu também, tem sempre um lugar interessante, um bom restaurante para conhecer.Fora isso eu amo voltar a visitar lugares que aprecio. beijos

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